domingo, 24 de novembro de 2013

Geração “Nem Nem”

Li na Comunicação Social Nacional que faço parte da denominada geração “nem nem”: nem trabalham, nem estudam.

Segundo dados estatísticos do 3º trimestre de 2013, em Portugal existiam neste período e nesta situação, cerca de 435 mil jovens, entre os 15 e os 34 anos. Se referir que 20,8% tem apenas o Ensino Básico, 15,4% tem o Secundário e 16,7% tem o Ensino Superior.

Encontramo-nos na fase mais activa para trabalhar, mas estamos desocupados pois não conseguimos entrar no Mercado de Trabalho. Os jovens sentem o seu talento desperdiçado, sentem que ninguém quer saber deles e que foram enganados ao longo da sua formação, criando falsas expectativas. Passam os dias em casa para não ter o vício de gastar o pouco dinheiro que têm no bolso, procuram ofertas de trabalho, enviam currículos mas, quando alguém responde do outro lado, a resposta é de que ou falta experiência, ou as habilitações não correspondem ao pretendido. Para aqueles que têm o Ensino Superior, sinto que as Universidades “venderam” os cursos como um mar de possibilidades, que podiam trabalhar em inúmeros locais mas, na verdade, o mercado de trabalho não se encontra preparado para absorver pessoas com determinadas formações, pois desconhecem qual a real utilidade das mesmas.

Naturalmente, embora eleição após eleição se continue a não dar qualquer significado à situação seguinte, a abstenção deve-se a não acreditarem nas Instituições Políticas. A abstenção ronda quase sempre os 50%, ou seja, metade dos cidadãos eleitores não votam. Mas no caso dos jovens, essa taxa chega em muitos locais aos 75%. É fundamental perceber o porquê dos jovens não votarem, nem participarem activamente na vida pública. Se não são respeitados nem tratados como capazes de produzir riqueza e crescimento económico para o país, é evidente que jamais acreditarão naqueles que ditam e fazem cumprir as leis.


Fica mais este alerta, o dinheiro que nos chega da Troika, serve apenas para pagar as dívidas criadas pelo país. Esse dinheiro não está a ser utilizado para fomentar o crescimento económico nem para criar postos de trabalho. Enquanto isso não acontecer, não sairemos da crise em que estamos.

sábado, 16 de novembro de 2013

Reforma no Ensino precisa-se



Hoje, fala-se muito da competitividade no mercado de trabalho. De facto, é essencial apostar na formação e termos cada vez mais, quadros profissionais qualificados, capazes de inverter a situação económica em que nos encontramos. Pessoalmente, considero que estamos a voltar ao século XX, nomeadamente às décadas de 1970, 1980 e início de 1990, quando ainda era relativamente fácil o acesso a uma profissão, sem a necessidade de estudos superiores. Nos últimos dez anos, ter uma Licenciatura começava a tornar-se pouco no currículo, e frequentar Mestrado seria o mais natural. Em 2013, em plena crise financeira, com Empresas a fechar todos os dias, e com isso a taxa de desemprego a aumentar, as poucas vagas de emprego que surgem, são ferozmente tentadas por centenas e milhares de pessoas. Aos licenciados e mestres, são fechadas muitas portas, com a desculpa de habilitações a mais, mesmo que estes estejam dispostos a trabalhar em áreas diferentes da sua formação. Outro problema que surge, prende-se com o facto de ser exigido no máximo o 12º ano para frequentar determinados cursos de formação, deixando de fora milhares de interessados. Não seria benéfico para todos, o livre acesso a estes cursos? Porque é que existe descriminação por aqueles que têm mais qualificações e não podem inscrever-se em acções de formação para melhorar o seu currículo? 

Tive a oportunidade de escrever noutros artigos de opinião, que o futuro dos jovens está em frequentar escolas profissionais, ao estilo norte-americano, a aprender uma profissão, tal como se fazia antigamente nas escolas industriais. O grande problema dos cursos superiores, é não preparar as pessoas para o mercado de trabalho. Fala-se muito na reforma do Ensino Superior, e de facto é necessária, mas o essencial é tornar os cursos práticos, estabelecer protocolos com Empresas e com o Estado, fazer com que todas as Licenciaturas tenham estágio profissional integrado. As Empresas quando contratam, exigem experiência profissional, algo que nenhum recém-licenciado possui. 

Nos próximos dez anos, continuará o Mundo em crise? Ter uma Licenciatura ou Mestrado já será pouco, e será necessário o Doutoramento? Ou apostar em aprender uma profissão nas Escolas como agricultor, carpinteiro, serralheiro, construtor civil, electricista, etc, será a melhor aposta a tomar? Estou em crer que, tornar o Ensino cada vez mais profissional, é o melhor futuro para os jovens.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013