domingo, 30 de setembro de 2012

O Mito da Geração à Rasca



Muito se tem falado sobre uma geração jovem, que reivindica direitos à sociedade e exige mais do seu Governo mas, será apenas esta camada aquela que se sente traída pelos decisores políticos? Terão os jovens razão para todo este alarmismo social?
De facto, os jovens de hoje representam a camada com maior grau académico de sempre. Será isto bom ou mau? Bom, uma coisa se deve salientar: quanto menor for a formação de uma qualquer pessoa, menor será também a possibilidade da mesma atingir patamares mais elevados profissionalmente.
A Universidade não é apenas uma escola, onde entramos e saímos, umas vezes licenciados, outras apenas com frequência da mesma. É sim, um ponto de passagem onde aprendemos mais com a convivência entre colegas, do que dentro das próprias salas de aulas. Com isto, pergunto: a culpa da “geração à rasca” será da Universidade? Perante a minha análise, a resposta é não.
A culpa, é de toda a sociedade civil que, cada vez exige menos das pessoas. É sim, a geração do facilitismo académico. Não é difícil entrar na Universidade e sair dela com um Curso Superior. A questão é: serão todos os nossos alunos brilhantes ou, haverá facilidade a mais em concluir os estudos?
Vamos centrar-nos na pós conclusão dos estudos e na entrada no mercado de trabalho. Para isso, falarei do mérito pessoal, ética e do empreendorismo. Estes jovens, vivem numa época em que os seus pais lhes proporcionaram sempre tudo de bom, nunca disseram não aos seus caprichos, nunca os ensinaram a lidar com vida fora de casa, esconderam-lhes sempre as dificuldades do quão difícil é auto sustentar-se. Exemplos disto são a internet ilimitada, carta de condução, automóvel com depósito cheio e dinheiro no bolso. Mas isto é dar o peixe às pessoas, não será melhor dar a cana e ensinar a pescar? É urgente dizer não! Nesta altura, não podemos dizer sim a tudo, temos que mostrar que sem trabalho árduo, nada nos pode ser dado.
A crise que hoje se instalou deve-se e volto a repetir, ao facilitismo concedido pelas gerações anteriores à nossa.
Falei atrás do mérito pessoal, da ética e do empreendorismo. Existe de facto, talento e competência nos nossos jovens, o problema é que subsiste uma camada denominada de “espertalhões” que explora os “inteligentes”, aqueles que são empreendedores. Engane-se quem pensa que o empreendorismo só acontece nas Empresas. A verdade é que, empreendedor é também aquele que inova e por mérito próprio, cria algo diferente e útil à sociedade.
Não temos que mudar o mundo, mas podemos torna-lo melhor. Para isso, temos que agir, não basta falar. Trabalhar é o melhor caminho, só assim se aprende a combater a inexperiência. Para tudo isto, humildade acima de tudo, nada de vergonha pelo emprego que se têm, mesmo sendo “Doutor” que mal tem em se trabalhar a apanhar lenha, se no fim do dia podemos disfrutar de uma refeição quente?


Notícias Aveiro Mar-2011
Jornal Ribeirinhas Set-2011
Blog Jornal de Pardilhó Mai-2011
Diário de Aveiro Abr-2011

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