Muito se tem falado sobre
uma geração jovem, que reivindica direitos à sociedade e exige mais do seu
Governo mas, será apenas esta camada aquela que se sente traída pelos decisores
políticos? Terão os jovens razão para todo este alarmismo social?
De facto, os jovens de
hoje representam a camada com maior grau académico de sempre. Será isto bom ou
mau? Bom, uma coisa se deve salientar: quanto menor for a formação de uma
qualquer pessoa, menor será também a possibilidade da mesma atingir patamares
mais elevados profissionalmente.
A Universidade não é
apenas uma escola, onde entramos e saímos, umas vezes licenciados, outras
apenas com frequência da mesma. É sim, um ponto de passagem onde aprendemos
mais com a convivência entre colegas, do que dentro das próprias salas de
aulas. Com isto, pergunto: a culpa da “geração à rasca” será da Universidade?
Perante a minha análise, a resposta é não.
A culpa, é de toda a
sociedade civil que, cada vez exige menos das pessoas. É sim, a geração do
facilitismo académico. Não é difícil entrar na Universidade e sair dela com um
Curso Superior. A questão é: serão todos os nossos alunos brilhantes ou, haverá
facilidade a mais em concluir os estudos?
Vamos centrar-nos na pós
conclusão dos estudos e na entrada no mercado de trabalho. Para isso, falarei
do mérito pessoal, ética e do empreendorismo. Estes jovens, vivem numa época em
que os seus pais lhes proporcionaram sempre tudo de bom, nunca disseram não aos
seus caprichos, nunca os ensinaram a lidar com vida fora de casa,
esconderam-lhes sempre as dificuldades do quão difícil é auto sustentar-se.
Exemplos disto são a internet ilimitada, carta de condução, automóvel com
depósito cheio e dinheiro no bolso. Mas isto é dar o peixe às pessoas, não será
melhor dar a cana e ensinar a pescar? É urgente dizer não! Nesta altura, não
podemos dizer sim a tudo, temos que mostrar que sem trabalho árduo, nada nos
pode ser dado.
A crise que hoje se
instalou deve-se e volto a repetir, ao facilitismo concedido pelas gerações
anteriores à nossa.
Falei atrás do mérito
pessoal, da ética e do empreendorismo. Existe de facto, talento e competência
nos nossos jovens, o problema é que subsiste uma camada denominada de
“espertalhões” que explora os “inteligentes”, aqueles que são empreendedores.
Engane-se quem pensa que o empreendorismo só acontece nas Empresas. A verdade é
que, empreendedor é também aquele que inova e por mérito próprio, cria algo
diferente e útil à sociedade.
Não temos que mudar o
mundo, mas podemos torna-lo melhor. Para isso, temos que agir, não basta falar.
Trabalhar é o melhor caminho, só assim se aprende a combater a inexperiência. Para
tudo isto, humildade acima de tudo, nada de vergonha pelo emprego que se têm,
mesmo sendo “Doutor” que mal tem em se trabalhar a apanhar lenha, se no fim do
dia podemos disfrutar de uma refeição quente?
Notícias Aveiro | Mar-2011 |
Jornal Ribeirinhas | Set-2011 |
Blog Jornal de Pardilhó | Mai-2011 |
Diário de Aveiro | Abr-2011 |
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