Década a
década, a qualidade de vida dos estarrejenses tem vindo a melhorar a olhos
vistos. A regeneração urbana tem sido uma aposta dos sucessivos executivos
autárquicos, caso do edifício onde se encontra a Biblioteca Municipal ou do
Parque da Cidade, que proporciona um agradável bem-estar a quem por lá passa. A
isto junta-se o desenvolvimento de todas as freguesias: Avanca cresce em altura
e tem um aspecto cada vez mais citadino, Pardilhó tem um novo centro cívico e
cresce igualmente em altura, Veiros apresenta um novo espaço entre o edifício
da Junta de Freguesia e o Clube Desportivo de Veiros, Salreu possuí edifícios
cada vez mais modernos e de forte impacto paisagístico, Canelas e Fermelã
apesar do seu estatuto de ruralidade, encontram-se tão próximas da Sede do
Concelho que facilmente se integram na crescente modernização a que assistimos.
Contudo,
apesar da progressiva melhoria das infra-estruturas concelhias, estamos a
perder um número bastante significativo de pessoas para concelhos vizinhos.
Segundo os dados preliminares dos Censos 2011, o Concelho de Estarreja perdeu
1000 habitantes. Então, mas se cada vez mais melhoramos a nossa qualidade de
vida, qual o porquê de tantas pessoas procurarem casa fora de Estarreja?
A resposta é
simples: o preço do imobiliário. Comparativamente com os restantes concelhos do
Distrito de Aveiro, o valor pedido por particulares e imobiliárias é
extremamente elevado para os dias que correm. Como é possível podermos comprar
uma casa, se a remuneração usufruída por uma parte tão significativa dos
cidadãos serem 485 euros por mês e o valor que é pedido por um imóvel se
encontra acima dos 100 mil Euros? Se querem contribuir para o crescimento da
Economia, baixem o valor pedido. São as leis básicas da Economia, se temos uma
grande oferta imóvel disponível, é necessário baixar o preço para que a procura
possa superar a oferta. Quando conseguirmos vender tantas habitações que seja
necessário iniciar o processo de construção novamente, é sinal que a crise está
a abrandar.
Podemos
atribuir à crise a culpa de as pessoas abandonarem a sua terra. Na minha
opinião, a culpa de os nossos conterrâneos saírem de Estarreja não é da crise.
Falo especificamente dos mais jovens, muitos deles a quando do seu ingresso no
Ensino Superior e após finalizarem os seus estudos, acabam por ficar a
trabalhar em Cidades de maior dimensão, caso de Aveiro, Porto ou Coimbra.
Muitos optam por residir próximo da zona onde trabalham por questões
económicas. Tenho a certeza que se todos eles pudessem escolher, preferiam
residir na sua terra, junto daqueles que lhes são mais queridos.
Por isso,
alerto particulares e imobiliárias para baixarem o valor que pedem por imóveis,
é impraticável nos dias actuais. Se venderem por valores inferiores, todos
ganham: o cliente pode comprar a sua habitação e o vendedor tira a sua parte de
lucro, despachando um bem que tende a desvalorizar com o decorrer dos anos.
Jornal Ribeirinhas | Dez-2011 |
Jornal de Estarreja | Dez-2011 |
Diário de Aveiro | Dez-2011 |
Blog Jornal de Pardilhó | Dez-2011 |
Jornal SEMA | Fev-2012 |
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